Entre muitas outras, nos últimos dias, o Governo decidiu fechar umas quantas fundações e institutos e sugeriu às Autarquias, por serem estas a decidir, o fecho de muitas mais. Só por aqui nada de mal viria ao mundo: muitas destas fundações funcionam como forma encapotada de usurpação de dinheiros públicos que depois, inerentemente à pouca clareza de contas que lhes é exigida, utilizam para outros fins que não os primeiros. A verdade é que já todos aprendemos a duvidar destas boas causas quando no governo de Portugal têm início e, por isso e mais nada, retorcemos o bigode às boas intenções que suportam estes anúncios.
Ora, uma destas fundações é precisamente a Fundação Museu do Côa. A direção desta fundação, nomeada por este governo em 2011, foi recentemente informada pelo próprio Governo da decisão do seu fecho baseada em pressupostos errados por se revelarem fruto de uma avaliação que incidiu sobre o período de entre 2006 e 2010, anterior portanto à criação desta fundação. Considerando tratar-se de um lapso, e até mesmo por fazer pouco sentido político encerrar uma fundação que este próprio governo tinha criado, a direção apelou junto da tutela invocando o erro grosseiro de avaliação e, argumentando ainda o baixíssimo valor de comparticipação do governo, solicitou a revogação da decisão. Acontece que, sem mais nem menos, sem acréscimo de justificação, sem assumpção de culpa ou pedido de desculpa, a resposta que veio do Governo foi: Feche-se!!! Ponto final!!!
Este foi, e continua pelos vistos a ser, o tique mais notável de quem lida mal com democracia e partilha de poder. A repulsa à argumentação e impossibilidade de escutar opinião diferente, dantes, levava à revolta. Agora parece que não leva a nada... Ganharam aliados no povo estes bandalhos aristocratas que vão alimentando a luta de classes invertida. Nunca há-de mudar, infelizmente, o meu País!!!
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