sexta-feira, 12 de julho de 2013

Cavaco v.MMXIII, o patriam prædo


Começava a tardar... Mais de um semestre inteiro desperdiçado neste annus horribilis de 2013 sem que o ilustre e recentemente apelidado de histrião, Presidente da República Sr. Silva, o Aníbal, enjeitasse oportunidades (e muitas as houve) de voltar a espalhar a sua habitual velha arte política de nauseabundo cheiro a mofo. Desde 2008, por alturas da lei das regiões autónomas, que Cavaco tinha adotado o perfil taciturno (exceção feita ao discurso de tomada de posse) mesmo quando uma tomada de posição pública se exigia perante um povo sedento de líderes sensatos. Mas era demasiado... Nem o Aníbal aguenta tanto tempo sem dar nas vistas e vai daí, pondo em prática aquilo que aprendeu mal com básicos gestores de imagem e menores estrategas políticos nos anos 90, achando que com isso passou a saber mais  do que todos (a valorização pessoal é fácil quando se desconhece o resto do mundo) e ignorando quaisquer outras cartilhas de gestão política muito mais maquiavélicas que a sua versão do príncipe de trazer por casa, se libertou em mais uma desinteria mental com vias de projeção verbais.
Resumamos... Cavaco faz uma leitura correta da situação política atual que se delimita na simples conclusão de que eleições antecipadas, agora, resultariam num resultado negativamente histórico para a direita, o seu ninho de reinação. Ora há que fazer algo quanto a isso, e do que se lembrou Cavaco? Simulando um golpe de rins inesperado, dá a entender que está ao lado do povo e, pasme-se, o país vai mesmo para eleições antecipadas, mas quando? Não agora, pois claro! lá para o segundo semestre de 2014 que, à sombra da justificação do fim da estadia da troika na Lusitânia, lá vai dando para, à força da influência da opinião pública, meter o PS ao barulho da Governação e, assim, diluir o resultado eleitoral destes por inerência da partilha de culpas que incluirá a leitura política nessa altura.
O problema é que Cavaco não é gente comum. Da mesma forma que prepotentemente ignorou os partidos de esquerda com representação parlamentar, esqueceu-se também de informar a sua família ideológica e, assim, a primeira leitura que PSD e CDS-PP fazem é a simples constatação de que o Presidente os reprova no exercício de governação e os atira para eleições antecipadas.
Do lado do PS parecem ter percebido a jogada. Porém, em virtude da contaminação liberal de que esse partido auto denominado de esquerda parece sofrer, a sua reação à comunicação de Cavaco não foi a mais clara.
À esquerda parecem ter percebido a jogada do Aníbal e começaram já a fazer o trabalho que lhes é permitido. O Partido ecologista "Os Verdes" anunciou já estar a preparar uma moção de censura a este governo, o que, dentro do seu campo de ação, parece ser a opção mais acertada e que porá pelo menos toda a gente a esclarecer posições.
O Povo, esse, continua o mesmo imbecil de sempre, adormecido e mais interessado nos aparelhos de ar condicionado que esgotaram nas lojas no passado fim de semana. Enquanto houver um touro que vá partindo umas costelas a alguém que é figura pública por dizer umas caralhadas e fôr havendo "galas" de reality shows ao domingo à noite... está tudo bem!

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