quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Se houvesse lógica...

Ainda acerca das notícias dos contratos milionários que os "três grandes" do futebol Português fecharam com as operadoras...
Não importa para nada nem me vou prender aqui com exercícios mais ou menos imaginativos de "comparação de grandeza fálica" de cada um. O que importa é olhar para as miudezas... Bem... Sim... Os mais pequenos, os clubes de menor dimensão e os de dimensão reduzida.
Pois bem, comecemos por contabilizar o pacote vendido por Porto, Benfica e Sporting às duas maiores operadoras de telecomunicação em Portugal:

Ao todo, falamos dos direitos de transmissão da totalidade dos jogos em casa de cada um destes três clubes o que contabiliza a resultante de dezassete jogos vezes três, num total de cinquenta e um jogos durante uma época inteira. Obviamente, o negócio não engloba apenas os direitos de transmissão dos jogos em casa mas inclui também uma vasta série de cedências dos clubes no âmbito dos direitos de imagem, canais institucionais e publicidade estática dos seus estádios. Para não parecer aqui muito faccioso, optarei por dar às transmissões televisivas a responsabilidade de apenas metade do valor global, ou seja, cerca de metade dos 1372 milhões de euros, mais ou menos 700M€.
Agora vejamos o que sobra...
Cada um dos restantes quinze clubes que compõem o "elenco" do campeonato da primeira liga Portuguesa é detentor dos direitos de transmissão dos seus dezassete jogos em casa, logo, façamos as contas...
São um total de 255 jogos por época que, pasme-se, incluem a mesma quantidade (51) com interveniência dos "três grandes", que estes negociaram.

A que conclusão chegamos?
Obviamente, mesmo admitindo que alguns do 255 jogos despertarão pouco ou nenhum interesse para as operadoras pelo também reduzido interesse junto do seu público (ainda assim achando que as modernas técnicas de merchandising tem obrigação e possibilidades de contrariar este facto), podemos afirmar que este pacote se revelará bem mais "apetitoso" do que aquele que os três grandes juntos ostentam.
Desta forma, parece-me aceitável concluir que 1000M€ seriam um valor bem mais do que justificado para pagar este bolo mas, uma vez mais para não parecer demasiado faccioso, colocarei a fasquia nos 800M€...
Concluindo, dividindo esta grandeza de forma igual pelos 15 menores clubes, a coisa resultava numa distribuição unitária acima de 50M€.
Salvaguardando as inerentes diferenças de importância e peso de audiências entre clubes, parece-me claramente que se pode concluir prematuro e imaturo dizer que os três grandes abandonaram à orfandade os restantes. 
Um negócio deste género, concentrado na liga de clubes, parece-me muito bem representar um passo fundamental na viabilidade financeira dos clubes de futebol em Portugal.

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