quarta-feira, 27 de julho de 2016

a guerra das palavras que não se falam e dos sons que não se ouvem, mas doem.

FOTO YVES HERMAN / REUTERS

Parece que são certas... a sanções vêm por aí, decididas por Bruxelas sobre o novo Governo de Portugal e... vamos lá ver... humm, quem vai mesmo formar governo em Espanha?
Já em França, bom... "La France est la France", e o Senhor Hollande soube incorporar a scène politique européenne passando a ignorar por completo a ideologia que o fez ganhar eleições e, por via disso, desacreditá-la! um reflexo da destreza estratégica daquele pequeno 1% maior que todos nós!
Mas... sanções... certo! Quais Sansões sem Dalila nem coiffeur!
Parece que vêm mesmo por aí e, não pela módica quantia de 180M€... nem 90M€... mas menos de 30M€.
Ora, deixemo-nos de danças e artes malabares... ainda que o descaramento desta gente mereça a ridicularização como resposta, tudo cai por terra quando percebemos que do outro lado, dos "assexuados" técnicos e burocratas de Bruxelas que cegamente se alinham pela cartilha do poder do dinheiro e da aristocracia, não enraizou a semente da vergonha-na-cara.
De tal modo a estratégia ideológica capitalista vingou que, agora, já ninguém se dá sequer ao trabalho de apontar o dedo às incoerências, à falta de vergonha, ao descaramento de quem, roubando, argumenta que a mão estaria a colocar esmola!
Perderam o pudor em contrariar o próprio discurso quando, apesar de o processo ter sido despoletado pelo incumprimento de governos anteriores, apesar de ratificarem o atual orçamento de estado e de, publicamente, assumirem a correta execução na linha daquele, apontam em simultâneo a necessidade de correções à conduta atual para evitar o movimento descendente do machete ameaçador.
Ora, António Costa proclama agora a decisão de, se superiores a zero, processar judicialmente a Comissão Europeia pela sua resolução.
Independentemente de tal constituir uma posição guerreira e louvável, desde que sensata, e ser deveras reconfortante poder finalmente assistir a uma tomada de posição patriótica (estou a falar da pátria das pessoas e não das bandeiras), não deixa também de ser algo ininteligível este pormenor de diferenciar as sanções zero e aceitá-las pacatamente.
Sanções são sanções... são castigos errados no cenário atual e não passam de exercícios de humilhação sádica motivadas pela força da imposição ideológica de direita que nada tem a ver com pessoas e muito menos com a coesão social.
Sanções são sempre sanções... e se é a ideologia que as motiva, sejam elas quais forem, também a ideologia a elas se deve opor. Essa ideologia, a que se opões à deles, não deve distinguir sanções zero de sanções mil!
Pelo caminho, será conveniente registar posições internas e guardá-las para a definição e identificação de ações e declarações de lesa-pátria!

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