terça-feira, 12 de julho de 2016

o padrinho agora manda ainda mais

O mundo moderno, sem fios mas mais ligado que nunca, gigante burocrata com propensão para a adoção da tecnocracia como traço comportamental generalizado mas que se move a mil, tem tendências para o imediatismo que se empenham em branquear erros passados, alguns bem recentes, mesmo que se cometidos por maldade ou estratégia política muito própria.


Digo isto abrindo caminho à referência das notícias vindas a público nos últimos dias que dão conta de um tal de relatório Chilcot que admite que houve graves exageros de avaliação da ameaça que representaria o regime Iraquiano da altura com o claro intuito de justificar a intervenção militar.

Desde a publicação de tal relatório tem sido mais daquilo do que já nos começámos a habituar. Uma torrente de tomadas de posição estratégicas ao lado das óbvias conclusões no sentido de promover a distância da decisão de outrora.

Acontece que, na sua maioria, os que agora se colocam ao lado do relatório Chilcot são aqueles que mais apoiaram e defenderam a intervenção militar no Iraque e Afeganistão. São aqueles que, munidos da poderosíssima arma mediática que são as cadeias de informação, assumiram raivosos a luta pela defesa do fundamento de tal decisão e não se inibiram na hora de enxovalhar aqueles que, por pensamento próprio e cultura crítica, desconfiaram de tais toscas e mentirosas acusações.

Muitas foram as razões que se apontaram como motivadoras destas ações. Desde o escoamento dos arsenais bélicos de EUA e RU, à sede pelo petróleo, passando por outra sede, a de protagonismo do trio de governantes da cimeira das Lajes e ainda do tal criado de servir que a organizou.

Eu prefiro deixar para grandes cabeças tais sentenças. Gosto de pensar pequeno e mais perto e tentar perceber porque é que, uma vez mais, os "jornaleiros" que trabalham para os OCS da atualidade abdicaram do respeito ao seu código deontológico e da defesa da sua dignidade preferindo fazer o papel de meretrizes do dinheiro acumulado.

Não concluo nada... prefiro pensar que também eles andam à nora com tudo isto e que um dia, quando lhes doer a sério ou tirarem algum tempo para pensar, perceberão que deixaram de ser Jornalistas para passar a ser funcionários de agências de marketing.


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