sábado, 19 de janeiro de 2019

E se vierem os robôs trabalhar por mim?

pro·pa·gan·dasubstantivo feminino1. Conjunto de actos que têm por fim propagar uma ideia, opinião ou doutrina.2. Associação que tem por fim a propagação de uma ideia ou doutrina.
A retórica dos representantes do capitalismo (a absurda acumulação de riqueza permite-lhes o luxo de contratar aburguesados subordinados que falem por si) mantém-se no sentido da descapitalização do estado, por troca com o privado, mantendo ou até engrossando o rol de responsabilidades desse mesmo estado.
Um estudo, obviamente encomendado pelos patrões, aponta que metade do trabalho, em Portugal, poderia já ser feito por tecnologias de informação que até já existem, só não refere que a inovação tecnológica das empresas é obrigação dos seus donos que, ainda hoje, preferem hipotecar o futuro do seu negócio a abdicar do lucro imediato.
Refere ainda a necessidade de os atuais Trabalhadores melhorarem as suas aptidões / competências ou mudarem de emprego. Ora, se a primeira é já uma realidade com imposições legais que os Patrões teimam em não cumprir (as 35 horas anuais de formação profissional estão longe de ser uma realidade implementada na rede empresarial Portuguesa), já a segunda se fica pelo epíteto de frase feita sem que, até aqui, alguém tenha conseguido explicar porque diabo haveria um trabalhador, que se sente bem com o seu trabalho e remuneração, de querer mudar de emprego só porque sim, porque é modernaço, e a frase comum diz que já não há empregos para a vida.
Voltando à primeira, a formação de adultos, o estudo )ou o Saraiva, dando voz aos patrões) lá acaba por mostrar ao que vem, quando, sem um pingo de vergonha na cara, sugere a necessidade de ser o governo a suportar esta evidência, materializando até em proposta de desconto nas contribuições empresariais para a segurança social, marcando assim mais uma iniciativa na velha política ideológica de ataque ao sistema de solidariedade e segurança social que tanto os incomoda por diversas razões.
Na década de 80 do século passado, tínhamos ainda uma visão muito romântica daquilo que seria o futuro com a robotização da indústria. E não porque fôssemos ingénuos, mas porque o pensamento óbvio é o do benefício, imaginávamos um futuro (hoje) em que os robôs trabalhariam por nós, produzindo riqueza e libertando tempo para que pudéssemos usufruir da vida, dedicando-o à convivência familiar e em comunidade, à prática do desporto, ao consumo ou produção de cultura / arte, ou simplesmente a deitarmo-nos à sombra com uma palha de centeio na boca.
Este seria o cenário óbvio de uma sociedade com a atividade industrial robotizada, então porque não se torna real?
A resposta é simples e reside na comparação do sistema economico-social que, a determinada altura, por preguiça e ignorância, deixamos que nos convencessem de que ser iao melhor.
A resposta reside então na comparação entre o Capitalismo, com a sua economia de mercado assegurada pela social democracia que nos tem sido imposta como única viável, e o socialismo / comunismo cujo conceito, ao longo dos tempos, foi sendo deturpado e a sua prática detonada pela interferência de interesses inerentes ao imperialismo que se lhe opunha.
O comunismo é uma realidade simples, é preciso insistir nisto, não havendo NADA, na sua descrição de conceito, que valide a prática de opressão, ditadura, censura ou perseguição. O comunismo é um estado avançado de organização social em que o poder reside na posse dos trabalhadores e onde não existem patrões, pela simples razão de que os recursos naturais não têm dono e todos têm o direito a deles usufruir, com regras de igualdade, em cima da premissa de que se exija a cada um, segundo as suas capacidades e se atribua a cada qual, segundo as suas necessidades.
Seria então esta a realidade imaginada e de dificil alcance, dirão... Claro que sim. Mas a questão do usufruto dos produto do trabalho não é assim tão complexa e reside na manutenção óbvia da posse dos meios de produção nas esfera do estado.
Num cenário de projeção ligeira, os tais robôs que o estudo acima referenciado aponta, trabalhariam produzindo riqueza arrecadada pelo estado. Esse mesmo estado que se encarregaria, controlado por um sistema de representatividade democrática assente em pessoas de caracterização vanguardista, eleitas pelo povo trabalhador, de distribuir em serviços e bens, de acordo com a necessidade de cada um, para que todos, sem excessão, pudéssemos viver a vida como deve ser vivida.
Apresentar a previsão de substituição como fatalidade social é só isso, propaganda capitalista que visa amedrontar cada trabalhador e empurra-lo no sentido de baixar a guarda em defesa dos interesses da sua classe, priorizando o interesse individual.
A alternativa existe e é possivel, não está ao virar da esquina e, porventura, não nos tocará vive-la... Mas temos todos a responsabilidade de contribui para a sua aproximação.
Num ano em que seremos chamados três vezes a decidir, não será demais lembrá-lo!









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