Há, em demasiadas empresas, trabalhadores (sem T maiúsculo) cuja única luta de classes a que aceitam dar corpo é a que determina a manutenção do cariz precário dos vínculos contratuais que não o seu.
Aqueles que sempre viveram ajoelhados invejam de morte os que ousam levantar-se e gritam, a plenos pulmões, que não é assim que se anda!
Demasiados trabalhadores optam por relativizar a sua condição e a única certeza que têm é a de que, enquanto houver quem esteja pior, isso lhes garante uma caracterização menos má, e sentimento de superioridade sobre alguém.
Não são mal esclarecidos... Estão até bem conscientes da delicadeza da sua situação e, escolha própria, decidem colar-se às decisões do patrão, interiorizando uma condição burguesa sem que, na verdade, o conceito se verifique na plenitude. Para eles isso não importa... Na verdade, tudo o que os faz feliz é a manutenção do rótulo perante a vizinhanca, ainda que já só exista na sua imaginação.
É por isso que, perante a iminência de implosão da figura montada (tantas vezes se aguentando já apenas no seu próprio imaginário) os trabalhadores com "t" pequeno se voluntariam ao trabalho de reação e, cegueira total, se predispõem com ainda maior veemência que o patrão a defender aquilo que é moralmente indefensável. É por isso que, quando ignorados e ridicularizados, por acumulação do ridículo, não há patrão que os mantenha de pé.
Importa por isso realçar a necessidade de que a verdadeira luta de classes se organize em exercício ponderado de desvalorizar por completo esta pequena fação reacionária e afunilar diretamente em convergência de esforços sobre o verdadeiro opressor, o patrão.
Não é um exercício espontâneo. A oposição entre iguais costuma ser a que maior indignação provoca no Trabalhador revolucionário, por estar completamente tomado, a nível mental, pela necessidade de convergência de esforços numa só direção e se depara com "fogo inimigo" em espaço de iguais. Aqui costuma residir grande parte da capacidade de resistência do capital, de maneira a que o Trabalhador revolucionário, assim que o atinja, ja venha fragilizado na sua vivacidade e crença no sentido da luta coletiva.
A estratégia parece-me simples do ponto de vista da aplicação, muito menos no âmbito da mudança de paradigma e predisposição, mas certamente com grande sentido de ganho na hora da sua concretização.
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sexta-feira, 11 de outubro de 2019
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
é infelizmente curta a marcha dos desalinhados
Muitas têm sido as tentações dos inúmeros organismos de representação da classe Trabalhadora em particular e do povo no geral em deixar o pluralismo transbordar para lá da discussão de modo a que se alargue até à decisão. Não nos enganemos... Apesar de romântica, a ideia não passa disso, e se analisarmos a história da luta de classes, nunca um partido ou movimento de esquerda que se tenha rendido à tentação de acabar com o modo de operação baseado em decisão fundada na discussão aprofundada primária se aguentou de pé demasiado tempo.
Esclarecendo, a pluralidade ideológica é uma riqueza que importa ser mantida mas, ainda assim, apenas no âmbito da discussão. Esse exercício garantirá uma mais abrangente e sensata decisão e delineação de ações que trilhem o caminho da representatividade e defesa de interesses da Classe, pois só alicerçados na união direcionada para uma ação conjunta, os Trabalhadores, os Idosos, os desfavorecidos, perseguidos e ostracizados terão possibilidade de atingir os seus fins, o da dignidade humana e equilíbrio social e combate à exploração do homem pelo homem.
Nos últimos tempos assistimos a ambas as realidades no panorama político nacional Português. Pondo de parte as direitas, olhamos para os partidos à esquerda e percebemos as diferenças pelas diferenças, isto é, conseguimos perceber o porquê da elevadíssima volatilidade eleitoral de um em contraste com a base sólida e constante de outro. Facilmente se percebe onde e de quem podemos esperar estabilidade emocional de forma a manter a linha política coerente de defesa e potenciação de uma classe que, de esquerdas falando, se espalha em larga escala pela classe operária.
Também na representação dos Trabalhadores e nos seus organismos representativos esta diferença se nota cada vez mais. Como noutras alturas me foi dado a referir, a estabilidade de uma estrutura sindical pela sua menor dependência pontual leva a que as escolhas, decisões e estratégias sejam escolhidas de maneira mais sensata e fundada nos valores. Outras há que, à semelhança dos partidos políticos, se vêem na necessidade de apanhar os ventos de circunstância que é como quem diz, agir em função do ganho próprio por uma simples questão de sobrevivência.
É por isso que jamais se compreenderá que, numa posição de unidade acrescida dos Trabalhadores, observemos tomadas de posição que incompreensivelmente descapitalizam a força que se tem em mãos e se deixe, do lado dos patrões, a decisão de uma possível melhoria das condições salariais e de trabalho como se de uma benesse se tratasse enaltecendo inexistentes posturas altruístas das administrações.
O caminho da luta dos Trabalhadores não se trilha sobre ações beneméritas anti-natura e muito menos no apelo ao bom senso e à pena dos patrões.
A luta da classe trabalhadora funda-se nos valores da unidade mas trilha-se acima de tudo sobre a força dessa união e o peso que tem para forçar o desvio estratégico dos patrões.
Apesar de tudo, a luta não se esgota no tempo de hoje, nem em reivindicações salariais... muito caminho há ainda a percorrer e teremos de o fazer em união!
O alinhamento ideológico não é saudável e só se refugia nessa desculpa quem tenha tendências para a vitimização ou seja incapaz de analisar a forma em função do ganho. A ideologia é única e é pessoal e assim deverá ser mantida. Já fazer o mesmo em relação ao ato será puro suicídio!
O alinhamento ideológico não é saudável e só se refugia nessa desculpa quem tenha tendências para a vitimização ou seja incapaz de analisar a forma em função do ganho. A ideologia é única e é pessoal e assim deverá ser mantida. Já fazer o mesmo em relação ao ato será puro suicídio!
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