segunda-feira, 5 de setembro de 2016

é infelizmente curta a marcha dos desalinhados


Muitas têm sido as tentações dos inúmeros organismos de representação da classe Trabalhadora em particular e do povo no geral em deixar o pluralismo transbordar para lá da discussão de modo a que se alargue até à decisão. Não nos enganemos... Apesar de romântica, a ideia não passa disso, e se analisarmos a história da luta de classes, nunca um partido ou movimento de esquerda que se tenha rendido à tentação de acabar com o modo de operação baseado em decisão fundada na discussão aprofundada primária se aguentou de pé demasiado tempo.
Esclarecendo, a pluralidade ideológica é uma riqueza que importa ser mantida mas, ainda assim, apenas no âmbito da discussão. Esse exercício garantirá uma mais abrangente e sensata decisão e delineação de ações que trilhem o caminho da representatividade e defesa de interesses da Classe, pois só alicerçados na união direcionada para uma ação conjunta, os Trabalhadores, os Idosos, os desfavorecidos, perseguidos e ostracizados terão possibilidade de atingir os seus fins, o da dignidade humana e equilíbrio social e combate à exploração do homem pelo homem.
Nos últimos tempos assistimos a ambas as realidades no panorama político nacional Português. Pondo de parte as direitas, olhamos para os partidos à esquerda e percebemos as diferenças pelas diferenças, isto é, conseguimos perceber o porquê da elevadíssima volatilidade eleitoral de um em contraste com a base sólida e constante de outro. Facilmente se percebe onde e de quem podemos esperar estabilidade emocional de forma a manter a linha política coerente de defesa e potenciação de uma classe que, de esquerdas falando, se espalha em larga escala pela classe operária.
Também na representação dos Trabalhadores e nos seus organismos representativos esta diferença se nota cada vez mais. Como noutras alturas me foi dado a referir, a estabilidade de uma estrutura sindical pela sua menor dependência pontual leva a que as escolhas, decisões e estratégias sejam escolhidas de maneira mais sensata e fundada nos valores. Outras há que, à semelhança dos partidos políticos, se vêem na necessidade de apanhar os ventos de circunstância que é como quem diz, agir em função do ganho próprio por uma simples questão de sobrevivência.
É por isso que jamais se compreenderá que, numa posição de unidade acrescida dos Trabalhadores, observemos tomadas de posição que incompreensivelmente descapitalizam a força que se tem em mãos e se deixe, do lado dos patrões, a decisão de uma possível melhoria das condições salariais e de trabalho como se de uma benesse se tratasse enaltecendo inexistentes posturas altruístas das administrações.
O caminho da luta dos Trabalhadores não se trilha sobre ações beneméritas anti-natura e muito menos no apelo ao bom senso e à pena dos patrões.
A luta da classe trabalhadora funda-se nos valores da unidade mas trilha-se acima de tudo sobre a força dessa união e o peso que tem para forçar o desvio estratégico dos patrões.
Apesar de tudo, a luta não se esgota no tempo de hoje, nem em reivindicações salariais... muito caminho há ainda a percorrer e teremos de o fazer em união!
O alinhamento ideológico não é saudável e só se refugia nessa  desculpa quem tenha tendências para a vitimização ou seja incapaz de analisar a forma em função do ganho. A ideologia é única e é pessoal e assim deverá ser mantida. Já fazer o mesmo em relação ao ato será puro suicídio!

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